EDIÇÃO DE 20 ANOS DE SAINT SEIYA: DE HERÓI A NEOTOKYO POR ROGER COSTA

13/12/2014 21:27

Edição de 20 anos de Saint Seiya: De Herói a Neo Tokyo!

por Roger Costa



 

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        Eis que a Revista Neo Tokyo fez, mais uma vez, uma edição especial de matérias sobre Cavaleiros do Zodíaco; e o quê Lucas me diz? "Quando eu a vi pensei em você!", ou seja, tem matéria para fazer - e a minha vontade de era responder: "Quando sair sai" -, mas não respondi isso, por isso estou aqui escrevendo um artigo para felicidade geral dos meus haters (Vocês me odeiam, mas eu amo vocês!).

 

        De início, eu não entendi muito bem o porquê de mais uma edição com matéria especial sobre Saint Seiya, sendo que neste mesmo ano já tinham feito uma, mas tudo bem: passei para a leitura para tentar entender. Numa folheada rápida, vi que houve alguns acréscimos em relação à edição anterior, o que era esperado, afinal, seria uma falha grave se tentassem fazer uma matéria sobre o anime de maior sucesso no Brasil (isso é fato, DBloids e Narutards, contra fatos não há argumentos, o choro é livre) sem terem abordado as  outras obras da franquia também, falha essa que foi cometida edição anterior quando não citaram Next Dementia Dimension, uma obra-prima do Maestro Canônicu Sensei, tudo que é uma obra de grande complexidade e que só agrada gosto mais apurados; mas não merecia ser ignorada por isso. (para quem não entende: isso é uma ironia!).

 

        A matéria começou falando muito bem da novela que foi Cavaleiros do Zodíaco ser exibido no Brasil até chegar à TV Manchete, e do sucesso estrondoso que foi. Eu já havia comentado em uma redação o quanto era incrível em 1994, perto das 18 horas, praticamente não se ver crianças nas ruas. Definitivamente, Cavaleiros do Zodíaco foi um divisor de águas na televisão brasileira e, por que não dizer, na sociedade também? Embora eu ache que a matéria exagerou quanto aos efeitos dessa exibição no Brasil. A transformação direta que Saint Seiya provocou foi à abertura de um universo pouco conhecido aqui no país: o dos animes e mangás. Tanto que no rastro dos cavaleiros de bronze vieram Shurato; Samurai Warriors; Sailor Moon; Yu Yu Hakusho; Dragon Ball; Fly - O Pequeno Guerreiro; Guerreiras Mágicas de Rayearth, e vários outros animes que foram exibidos em US Mangá, só para citar os efeitos imediatos. O interesse nos dubladores, citado na matéria, veio mais do despertar pelos animes e mangás, mas principalmente pelo trabalho da revista Animax, que sempre que fazia um artigo sobre determinados animes colocando na ficha dos personagens quem eram os seus dubladores originais e, claro, que isso despertaria a curiosidade sobre os nossos dubladores também; e sobre a citação dos dubladores na revista, eu comentarei em outro parágrafo.

 

        A matéria fez certa exaltação à Revista Herói também. Tá, tudo bem que foi uma publicação que teve lá sua importância, afinal era uma das poucas (senão me engano uma das primeiras, não vou fazer igual o pessoal da Neo Tokyo e não vou atrás da informação precisa; não sei o motivo deles ao não fazerem isso, mas eu quero evitar a fadiga) voltadas para o entretenimento e ao público nerd (mesmo fazendo sempre colocações desnecessárias, como se ser nerd fosse uma merda), fazendo muito dinheiro às custas dos cavaleiros de Atena. Tinha tanta coisa interessante a se mostrar: poderia se falar do mangá, do processo criativo do Kurumada, falar sobre Shingo Araki, do sucesso de Saint Seiya pelo mundo, mas a Herói só soltava Spoilers, e fazia um monte de artigos caça-níquel falando de coisas que já haviam sido exibidas no anime, só para encher linguiça, aliás, os fãs - bestas (eu, inclusive) - compravam adoidados. Só quando eu adquiri um pouco mais de senso crítico que fui perceber que 90% das matérias sobre Cavaleiros do Zodíaco que a revista Herói publicou eram descartáveis, e que, na verdade, acabou fazendo um desserviço à obra ao permitir certo jornalista ter o poder (além de se achar uma sumidade do universo Saint Seiya) e se achar no direito de fazer certas porcarias por aí.

 

        Em relação às informações desencontradas sobre as obras: estão presentes nas duas matérias. Não vou me alongar nelas porque já vai ter gente falando disso e, como eu falei, estou tentando evitar a fadiga.

 

        Voltando aos dubladores, achei estranho citarem o interesse em relação a quem dublava os personagens e isso se restringir a uma oração. Já que a matéria era um especial de 20 anos da chegada de Cavaleiros do Zodíaco no Brasil, e a dublagem foi mencionada na matéria, acho que valeria gastar uma folha com uma tabela mostrando quem dublou quem pelo menos entre os personagens principais, e pelo menos prestar uma homenagem aos que já partiram (R.I.P. Ézio Ramos e Valter Santos) assim como a Maralise Tartarine, que deveria estar bem doente na época que a matéria estava sendo elaborada (deixo meu R.I.P. para ela também, porque ela também faleceu recentemente).

 

        Essa deveria ser a parte em que a justificativa, mais uma vez, seria que o número de páginas é limitado, não dava para falar de tudo. Beleza! Isso eu entendo; o que eu não entendo é o "por que não falar de certas coisas importantes e reservar duas páginas inteiras para 'A Saga dos Deuses'?", um fanzine que, segundo a Neo Tokyo tem "nível profissional, com bons diálogos". Tá, sobre o nível profissional; sugiro uma lida na análise que a Ju fez (clique aqui). Em relação ao bom texto sugeriria que pegassem o zine dele para ler, ou procurassem os áudios dramas no Youtube, pois foi lá que tive contato com esse trabalho.

 

        A verdade é que o texto é de se fazer cair em posição fetal de tanta vergonha-alheia: falta criatividade na criação e denominação dos inimigos e na criação dos golpes também. Muito tempo depois eu tive contato com o fanzine impresso, e o resultado foi pior ainda: um monte de imagens estáticas, com personagens fazendo caras de paisagem e os péssimos diálogos jogados aleatoriamente. É um apanhado muito mal feito de imagens do autor disponíveis no site, arrumadas numa folha e divididas nos quadrinhos. Nem sei se dá para chamar de história, porque o roteiro inexiste.

 

        Ainda falam que seria um sacrilégio não citar um trabalho não oficial tão ruim... Fico me indagando o motivo; talvez descubra quando descobrir a necessidade de duas matérias especiais, sendo que uma é comemorativa de duas décadas, mas não é lançada no mês de aniversário. Talvez seja a tal falta de planejamento citada na matéria de Leonardo (clique aqui).