APRESENTAÇÃO E PRÓLOGO

20/06/2014 14:54

Saintia Shô: Apresentação e Prólogo!

Por Lucas Saguista

 

    Dificilmente encontramos discussões frutíferas sobre as novas obras da franquia de Saint Seiya, que estão atribuindo cada vez mais o conceito de Universo Expandido ¹ da obra, dentro dos fóruns brasileiros. Não raramente conseguimos encontrar críticas ferrenhas sem muito embasamento as novas histórias e, consecutivamente, perdemos a oportunidade de ampliarmos nossa capacidade crítica devido ao coletivo limitado, afinal, não existe uma troca de informações, mas, sim, uma imposição de pensamento majoritário.

    Saintia Shô, uma nova obra da franquia de Saint Seiya, está sofrendo com a indiferença de uma grande parcela dos leitores, que estão vinculados no pensamento fechado, citado acima. Obra lançada sob responsabilidade de Chimaki Kuori, Saintia Shô nos apresenta uma nova abordagem dentro do universo desenvolvido por Masami Kurumada, onde encontramos uma categoria especial a serviço de Atena: As Saintias! Essa história está ocorrendo paralelamente ao período marcado como Guerra Galáctica (aliás, um pouco antes desse período) e tem como personagem central Shô, que acaba se envolvendo no universo das Saintias por uma influência divina, afinal, seria receptáculo de Éris, entretanto, foi impedida.

    Inicialmente, acreditava-se que Saintia Shô estabeleceria conexão direta com a adaptação do Santo Guerreiro, lançado em 1987, que narrava o despertar de Éris e o seqüestro de Saori. Apesar da forte tendência que levariam todos a partir dessa premissa, o roteiro está se mostrando extremamente inovador dentro do próprio referencial deixado em outras obras da franquia, que estão servindo de norte para a construção de Saintia Shô. Não, surpreendentemente, sua obra irmã The Lost Canvas está se mostrando um referencial concreto para a construção dessa história, pois constatamos diversas referências ímpares no contexto de Chimaki Kuori com a de Shiori Teshirogi.

    Como a proposta será de apresentar referências e abordagens de uma obra a outra, não nos limitaremos exclusivamente à relação Saintia Shô X The Lost Canvas na análise, pois, avaliaremos, também, o contexto das outras histórias e sua influência na construção das aventuras de Shô. Sem maiores necessidades para introduções, convido a todos a fazer uma leitura comparativa com a equipe do Quartel Canvete por essa belíssima obra.

 

  • In Media(s) Res.

 

    Expressão do latim que significa “no meio das coisas”, esse estilo de técnica literária se caracteriza por iniciar uma narrativa na metade da história, em vez do início. Conforme sabemos, Saint Seiya teve seu início no formato de ab ovo (ou seja, “desde o ovo”), em outras palavras, teve seu início a partir do ponto inicial e seguiu essa linha. Outra obra posterior, Saint Seiya Episódio G (ou Episode G) teve seu início no mesmo formato da obra pioneira (ab ovo), entretanto, a primeira vez que encontramos um novo estilo de narrativa foi em The Lost Canvas.

    No capítulo intitulado de Os Dias Perdidos, somos conduzidos ao conflito entre os exércitos das divindades tendo como cenário principal o antigo vilarejo de um dos protagonistas dessa trama: Tenma de Pégaso. Temos um clímax no instante que Tenma descobre que Alone, seu amigo de infância, tornou-se a reencarnação do Imperador Hades. Após esse acontecimento, a narrativa se inclina novamente para os anos iniciais, onde nossos protagonistas ainda eram crianças e prossegue continuamente a partir daí.

    Em Saintia Shô, no capítulo introdutório – Prólogo­ – também encontramos o mesmo estilo de narrativa em In Media e, posteriormente, a história retorna ao “passado”, onde começará a ser contada de maneira periódica, sem outras interferências literárias em cima da narrativa. Essa é uma das semelhanças que encontramos de uma obra a outra e, inegavelmente, a escolha por esse modelo e narrativa – In Media - acaba despertando o interesse da maioria na continuação da história.

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    Encerrarei esse artigo aqui, pois, estamos tratando do capítulo Prólogo de Saintia Shô. A partir dos próximos capítulos avaliados, observaremos os pontos coincidentes e, obviamente, os inovadores para a produção da análise.