CRÍTICA A "A SÉRIE CLÁSSICA", DE ADEMAR JÚNIOR E VANESSA LEMOS (PARTE 1)

05/04/2014 22:14

Conta-se que com um movimento de mãos foram capazes de se tornarem os mais hatter’s da internet e com apenas um chute abriram fendas em terras classiquetes. Eles eram conhecidos por: Quartel Canvete.
                                                                                                                                                       (Narrador)

 

Boa noite pessoas bonitas do meu Brasil varonil, como vocês estão sabendo os membros do Quartel Canvete (que não tem um lote pra capinar u.u) resolveram dar uma de críticos literários (se é que isso pode ser classificado assim) e eu, como um bom canvete, não podia ficar de fora dessa! Imaginem se eu perderia a oportunidade de expressar a minha humilde e singela opinião sobre a deplorável matéria lançada na Neo Tokyo Nº 95. Nem sonhando... Essa é a primeira vez que escrevo para o Quartel (meu trabalho é de ficar fazendo essas logomarcas que aparecem por aí), mas confesso que gostei dessa brincadeira e espero ser convidado outras vezes para isso, então é isso... Boa leitura, pessoas bonitas!

Por: Bruno McKagan (Shura)

 

Crítica a matéria de Ademar Júnior e Vanessa Lemos na Neo Tokyo Nº95

 

    “No princípio havia os deuses... O planeta era regido por quatro maiores divindades do panteão grego: Atena...” – por Ademar Júnior e Vanessa Lemos. Certo, se não fosse minha incumbência de fazer a análise desse texto, certamente, eu já teria parado de ler só por esse parágrafo, pois, se bem me entendo, (como fã, estudioso de Mitologia Grega e estudante universitário do 7º período de História da Universidade Federal de Goiás), Cronos teve apenas seis filhos: Zeus, Poseidon, Hades, Hera, Demeter e Héstia, então, esses seriam as divindades maiores do Olimpo, contudo, a divisão de tudo ficou entre Zeus, Poseidon e Hades, assim, na hierarquia divina, Atena seria uma deusa secundária, já que é filha de Zeus. Mas eu não vim aqui pra ensinar história pra ninguém, fui designado a analisar a publicação sobre Cavaleiros do Zodíaco lançado na revista Neo Tokyo Nº 95, então, vamos lá amiguinhos.

    Antes de adentrarmos ao Santuário de Atena, vou fazer um breve resumo do prólogo publicado para facilitar o entendimento da matéria. Nesse prólogo, o autor faz um apanhado da trajetória do universo de Saint Seiya, desde seu lançamento como mangá em 1986 até os dias de hoje, com algumas afirmações um tanto quanto extremistas de fontes duvidosas. Eu separei duas em particular: “Masami Kurumada foi o responsável por criar essa que se tornaria uma das maiores séries do entretenimento japonês, se não a maior ou mais influente, no mundo ocidental; não, não estou dizendo o contrário disso, mas não podemos deixar de dar créditos a animes que estouraram por aqui na mesma época de CDZ, que são até melhores do que a série, só que não tiveram tanto espaço pelo marketing (afinal, é muito mais interessante comprar bonequinhos que desmontam armaduras, né?).

    A outra afirmação é essa: “A série contribuiu exponencialmente para a popularização do mangá, assim como serviu para imortalizar Kurumada como um dos maiores mestres do quadrinho japonês” por Ademar Júnior e Vanessa Lemos. Sério isso produção?! Não, sério mesmo?! Acho que alguém tem que fazer mais pesquisas ou pelo menos arrumar umas fontes de mais confiança. Pra começo de conversa, Cavaleiros do Zodíaco não tem fama no Japão - não como aqui - e o “mestre” é considerado um dos piores mangakás, tanto pelo seu traço “sujo” – ou como ele mesmo diz: Estilo Kurumada - e sem perspectiva, quanto pela sua falta de criatividade para criar seus personagens. Confiram abaixo alguns personagens de outros universos de Masami Kurumada.

 

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Pasmem: apenas o segundo quadrinho é o Seiya! Os outros são personagens de outras obras do Kurumada.

 

    O Clássico teve um breve (realmente muito breve) resumo assinado por Ademar Júnior e Vanessa Lemos. Não estou dizendo que eles não sabiam sobre o que estavam escrevendo, mas eles podiam ter feito algo mais elaborado, algo que poderia trazer o interesse para novos fãs, infelizmente, eles não mostraram muita intimidade com Saint Seiya como eu esperava que mostrassem. Sejamos francos, se eu que conheço a obra não teria lido até o fim se não tivesse que avaliar o artigo, imagine os novos leitores? A impressão que ficou sobre o artigo é que foi produzido as pressas, afinal, a Saga do Santuário daria uma matéria inteira para uma revista (saudades da revista Herói, que mesmo com seus erros e sua falta de informação devido as dificuldades da época, conseguia reunir um acervo com muito mais qualidade u.u). Sem mais rodeios, vamos ao que interessa!

 

Saga do Santuário

 

    A matéria começou de uma forma correta, explicando aos leitores como foi dividido o universo de Cavaleiros do Zodíaco, tanto na animação quanto no mangá, mas, infelizmente, a coisa fica por aí, principalmente, quanto ao fato de terem ignorado o mangá (a verdadeira serie original de CDZ de onde tudo começou. Sim, uma matéria dando aquela ênfase no mangá seria sensacional, pois mostraria as diferenças entre a série animada e a versão impressa). Para alguns, isso não seria importante, porém, para um fã conhecedor da obra isso é totalmente fundamental, começando por uma das maiores e talvez mais importantes diferenças: “A trama se passa nos tempos atuais, em que Atena reencarnou como Saori Kido, neta adotiva de Mitsumasa Kido. Este recrutou vários (esses vários tem números meus amigos, foram 100) órfãos para treinarem a fim de se tornarem cavaleiros...” por Ademar Júnior e Vanessa Lemos.  Meus amigos, esse fato acontece apenas na série animada, afinal, no mangá, essas cem crianças eram irmãos (Aham, o velho Kido era mesmo um grande procriador). Outra situação interessante que passa apenas no mangá é que Saori sabia que era a reencarnação de Atena e ela mesma revela isso aos bronzeados que até então não estavam muito a fim de obedecer a suas ordens. Sabiam que Shaka de Virgem foi o primeiro Cavaleiro de Ouro a ser apresentado? Sim, ele fez uma visita “amistosa” a Ikki na Ilha da Rainha da Morte quando este recebeu sua armadura de Fênix. Ou já desconfiaram que Hyoga recebeu a armadura de Cisne com o propósito de matar os Cavaleiros de Bronze envolvidos na Guerra Galáctica? Pois é isso a globo não mostra Isso também só acontece no mangá.

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    Mas não é só o mangá que tem coisas diferentes da animação, devido ao lançamento, no mesmo ano os episódios da animação estavam alcançando o mangá, o que forçou a criação de episódios fillers (são doze episódios totalmente criados apenas para a TV, isso apenas na Saga do Santuário, fora os outros tantos personagens criados). Informações assim são de suma importância, principalmente para os novos fãs não ficarem perdidos caso decidam ler o mangá após acompanharem a animação, ou vice e versa.

    No continuar da matéria chegamos às batalhas mais incríveis de todas as sagas de Saint Seiya: a Batalha das Doze Casas. Assim esperávamos que fosse, contudo, não acontece isso, já que quando entram nessa parte os autores resumem assim: “Segredos do passado são revelados ao longo da série, mas resolvi omiti-los aqui pela possibilidade de atrapalhar a surpresa de quem ainda não viu, ou por já ser de conhecimento de quem já assistiu. De qualquer forma, para mais detalhes sobre os eventos que se configuram como o gênese de CDZ, sugiro que assistam ao episodio zero.” – por Ademar Júnior e Vanessa Lemos. Sério mesmo isso?!  Que resumo é esse que no lugar de uma descrição me mandam ver o episódio? Se for isso mesmo que perda mais inútil de papel (pobres arvorezinhas que morreram a toa para isso). É na Saga do Santuário que são apresentados os personagens mais amados - e odiados – do anime/mangá, os mais poderosos entre os 88 cavaleiros da ordem de Atena: Os Cavaleiros de Ouros, aqueles que ao mesmo tempo em que são vilões são heróis. Cada um guiado por uma das doze constelações do horóscopo solar e defensores das dozes casas representadas por cada um dos doze signos! Batalhas épicas e emocionantes aconteceram nessa saga: Seiya de Pégaso VS Aiolia de Leão, Shiryu VS Shura de Capricórnio, porém, a mais emocionante de todas (pelo menos, pra mim) foi Hyoga Vs Camus de Aquário. Verdadeiras lições de vida e companheirismo são passadas para o público, mas também tem muitos vacilos, como o mau aproveitamento de alguns Cavaleiros de Ouro, por exemplo, Aldebaran de Touro, Máscara da Morte de Câncer e Afrodite de Peixes.

    Enfim, isso é conversa para outra ocasião e nem vai ficar a mim a incumbência de fazer um resumo (a não ser que o Lucas peça uma matéria especial sobre isso). Aqui é mesmo uma breve resposta sobre a falta de comprometimento que a revista teve ao lançar algo tão fraco, logo de uma obra que tem tantos seguidores fiéis. Bem, é isso galera, vou ficando por aqui! Até a próxima!

 

Por: Bruno McKagan (Shura)