EPISÓDIO 8 - O INESPERADO ACONTECE! CAVALEIROS TRAINDO ATENA!

08/06/2012 22:42

O Inesperado Acontece! Cavaleiros Traindo Atena!

Por Julian VK

 

 

        É irritante como produzem episódios tão toscos logo depois de um decente. É graças a isso que cada vez se torna mais penoso escrever essas análises. Mas eu me propus a fazê-lo, não posso mais voltar atrás. Suportarei.

        Para começar bem, vemos que a luta de Ryuho nem foi mostrada e simplesmente pularam para o desfecho da batalha de Eden. Eu poderia reclamar disso, mas a verdade é que a Saint Fight como um todo nem sequer foi valorizada, serviu apenas para encher linguiça e arrumar uma desculpa para enfiar aquela Athena falsificada na trama.

        É isso mesmo, toda a animação a respeito das batalhas que veríamos na Saint Fight foi inútil, eles estavam apenas nos distraindo com “lutinhas” enquanto tentavam bolar alguma forma de dar continuidade ao roteiro. Ou pelo menos é essa a impressão que ficou.

        Ao menos seguiram a personalidade do Kouga desta vez, fazendo-o ir atrás de Athena e ignorar completamente o torneio. Esse é o tipo de atitude que combina com a persona dele, mas todos sabemos que ele só foi porque ninguém no caminho fez truques com a água, dizendo que ele tinha que vencer a Saint Fight para ter direito de ver Athena.

        Admito que foi uma surpresa para mim ver um marciano “protegendo” Athena de visitantes indesejados. Eu poderia dizer que essa foi uma ideia extremamente estúpida, já que praticamente revela o fato de que há uma presença inimiga em Palaestra. Contudo, eles já pretendiam atacar o lugar, portanto não faz diferença nenhuma colocar um marciano ou um cavaleiro traidor.

        O fato de “Athena” ser outra pessoa provavelmente não foi uma surpresa para ninguém Não haveria a necessidade de esconder o rosto dela se realmente fosse Saori e mesmo se fosse uma pessoa idêntica todos desconfiaram se tratar de um sósia. Nenhuma surpresa aqui.

        Além disso, quando Ionia, o diretor, surgiu e começou a xingar Kouga, creio que todos já imaginavam que ele sairia do armário. Quero dizer, todos já imaginavam que ele revelaria ser maligno. Ironicamente eu estava correto a respeito disso, mesmo assistindo os episódios em ordem e evitando spoilers. E adivinhem só, Ionia é um cavaleiro de ouro! Quem imaginaria que o diretor de Palaestra seria um cavaleiro da mais alta estirpe? Francamente, até mesmo os “plot twists” de Saint Seiya Omega são pouco ou nada surpreendentes. Prova de que o roteiro é muito, muito fraco.

        Também quero criticar o fato de que SSΩ caiu no maior clichê de Saint Seiya: cavaleiros de ouro traidores. Vimos isso na série clássica, vimos isso no Episódio G, vimos isso no Next Dimension e houve até mesmo um traidor em Lost Canvas. Isso não é novidade nenhuma, pelo contrário, já se tornou extremamente enjoativo.

        Outro detalhe lamentável é que a armadura de Capricório me lembra pouco a original. Não fosse pelo capacete, se eu visse uma imagem de Ionia eu não saberia dizer qual a sua constelação. Mas claro, todas as armaduras mudaram em Saint Seiya Omega, então de certa forma reclamar disso é “chover no molhado”.

        E enquanto a putaria rola solta tentam manter a ilusão de que a Saint Fight algum dia foi importante e prosseguem com a luta entre Yuna e Ryuho, mas ela pode ser total e completamente ignorada não só nesta análise, mas como parte do episódio também. Afinal de contas, as pouquíssimas cenas que vemos a respeito disso em nada influenciam os acontecimentos.

        Mas voltando a Ionia, as palavras dele tornam aceitável o fato de que o novo cavaleiro de Capricórnio seja um velho – eu estava esperando que os dourados da nova geração tivessem idade próxima a 20 anos, como os do clássico –, pois pelo que foi dito ele era um guerreiro e se aposentou, mas quando novamente vestiu uma armadura recebeu uma de ouro. Só espero que ele seja a exceção em SSΩ, não a regra.

        Se houve algo que salvou este episódio de ser um fracasso total certamente foram os estilos de combate. Ao menos um dos meus temores não se tornou realidade: o de que todos os inimigos usariam técnicas de combate parecidas. Felizmente ao menos nisso os autores não se mostraram preguiçosos e criaram habilidades de batalha singulares para o marciano que foi massacrado por Kouga e também para Ionia.

        Sem contar que capricornianos atacando com a Excalibur também já está se tornando um clichê de Saint Seiya.

        Enfim, por mais que eu quisesse ver Kouga amassando a cara velha do Ionia, devo dizer que foi melhor ele ter sido derrotado. Faria pouquíssimo sentido ele subitamente ser capaz de enfrentar até mesmo um cavaleiro de ouro.

        Então quer dizer que havia uma barreira de Athena ao redor de Palaestra? Faz todo o sentido. São esses detalhes que fazem a diferença e infelizmente são ignorados na maior parte do anime. Mas não fiquem muito animados, porque aquela gosma escura que chamam de “trevas” foi uma das coisas mais ridículas que eu já vi. Parecia mais que estava escorrendo lava daltônica do que qualquer outra coisa...

        E para completar o episódio, Kouga vai parar em uma prisão controlada por marcianos logo abaixo de Palaestra. Creio que este episódio deixou bem claro o quanto Saori é uma Athena incompetente. Não bastasse ser raptada ou colocada em perigo o tempo todo, ainda por cima não consegue nem inspirar lealdade em seus subordinados.

        Sasha combina muito mais com Athena do que essa patricinha caprichosa chamada Saori.

        Minha conclusão é que este episódio foi uma grande e fedorenta merda. Nenhuma cena me animou e o rumo que o roteiro está seguindo, além de pouco original, não me traz a menor vontade de continuar assistindo. A Saint Fight foi – como diria o Lucas – um show de pobre, as “surpresas” foram extremamente óbvias e os clichês proliferam.