R&D - ROOTS OF REBELLION - A ROSA BRANCA

14/10/2014 22:19

Ordem da Rosa Branca

Texto por Lucas Saguista Revisão e Arte por Boneco de Neve

 

 

    Quando estamos tratando de Roses And Demons é praticamente impossível não considerar a participação significativa desses guerreiros, que ocupam a segunda temática principal dessa história: Os Membros da Ordem da Rosa, também conhecidos, simplesmente, como Rosa Branca. São os homens mais poderosos de Chesord a serviço da coroa (que, praticamente, não teve destaque ou menção alguma nesse arco do “Roots of Rebellion”) e tem o dever principal de manter a ordem do reinado.

    Assim que os primeiros pilares são tombados, nos capítulos iniciais da história, alguns desses membros aparecem buscando maiores informações no alto escalão do exército de Chesord. Apesar de não ser apresentada como uma regra, a maioria desses membros possui uma espécie de codinome (sendo alguns marcados por uma espécie de tradição, como é o caso de Scythe e Viper) e se dirigem, uns aos outros, através deste. Embora o narrador da história não respeite – e, pra variar, confunda o leitor fazendo trocadilhos insistentes, oras narrando pelo nome, oras pelo codinome – são poucos os membros que revelaram seus verdadeiros nomes no decorrer desse primeiro arco. A grande maioria ainda permanece em total segredo.

    Em se tratando do codinome, ao conversar acerca desse assunto com um dos leitores mais assíduos de “Roses And Demons”, o Boneco de Neve, descobri que existe um significado para a escolha desses pseudônimos. Segundo ele, os codinomes estão diretamente relacionados com o resultado da mistura/união dos elementos manipulados ou, para alguns, a habilidade terciária resultante da variação dos dois elementos controlados, em resumo, cada um desses nomes secretos faz referência a sua habilidade especial.

    Aproveitando a menção aos elementos controlados acima, outro detalhe importantíssimo acerca desses personagens é que todos são manipuladores de elementos, inclusive, vale ressaltar que todos são manipulares de dois elementos e, da união destes, criam uma variação inédita de suas uniões. Graças à participação especial do Boneco de Neve foi descoberto que podemos identificar os elementos controlados através das cores dos caules de seus uniformes. O que eu acreditava ser um enfeite sem qualquer tipo de relevância, afinal, possui um significado interessante, já que as cores fazem referências e identificam os elementos: vermelho simboliza o elemento fogo, azul simboliza o elemento água, verde simboliza o elemento terra, roxo simboliza o elemento vento, amarelo simboliza o elemento luz e preto simboliza o elemento trevas. Talvez agora faça um pouco de sentido a armadura de William ser roxa, afinal de contas.

    Outro detalhe interessante é que todos os membros possuem uma arma exclusiva, que são invocadas sempre que precisam. Apesar de não possuírem nenhum poder em especial, essas armas são ligadas por braceletes e só respondem aqueles que usarem os braceletes correspondentes, portanto, sua real eficiência se encontra na possibilidade de invoca-las num momento de extrema necessidade.

    A seguir, apresentarei sucintamente os membros da Ordem da Rosa Branca de acordo com suas participações e, com base em impressões e intepretações pessoais, buscarei montar um perfil de cada um desses personagens. Lembrando que não tenho a intenção de resumir detalhadamente a participação deles na história, afinal, espera-se que você, leitor, fique motivado a buscar ler a história no final dessa análise. Os personagens estão dispostos em sua ordem de aparição, então, vamos a eles:

 

  • Vortex

 

 photo Vortex_zps58855d75.png    Vortex é um dos personagens de maior relevância nos marcos finais de “Roots of Rebellion”, afinal, não só demonstrou conhecer a verdadeira história por trás das proteções mágicas de Chesord, como também buscou maneiras de contribuir com a causa de William e os outros sem comprometer sua posição dentro da ordem. Entre seus talentos, podemos destacar sua capacidade intuitiva para prever possíveis ações por parte de ambos os lados, e prever emergentes soluções de acordo com suas perspectivas, além de um rápido raciocínio para criar estratégias sem deixar vestígios de sua autoria.

    A respeito dele é importante também ressaltar sua perspicácia, afinal, descobrimos no 60º capítulo que Vortex demonstrava conhecer aquele que estava nos bastidores de Chesord. Não somente ele, Quartzo, outro membro da ordem que fazia dupla consigo, também estava por dentro da realidade daquele país.

    Os elementos manipulados por Vortex são trevas e vento, exatamente como consta nas cores dos caules de seu uniforme, respectivamente, preto e roxo. A partir da união – ou mistura – desses elementos, Vortex cria uma variante: portais dimensionais, e, usando o elemento trevas cria lâminas negras, que são usadas com maestria pelo cauteloso manipulador. Sua arma de combate é uma katana, um típico sabre longo de origem japonesa, entretanto, não pareceu ser significante para a batalha final.

 

“Era um homem de cerca de trinta anos, de longos cabelos lisos e escuros, levemente azulados, e vestindo uma calça e um sobretudo cinza-prata. Em ambos os lados calça havia detalhes que lembravam dois caules de planta entrelaçados em linha reta, os quais também estavam presentes no sobretudo. Os caules do lado direito possuíam a cor preta, enquanto que os do lado esquerdo a cor roxa. Além disso, pelas extensões do caule no sobretudo, havia pequenas rosas brancas.” No capítulo 7, intitulado Luna Watlear.

“Vortex, o homem de longos cabelos negros (...)” – No capítulo 60, intitulado Scythe.

 

  • Inferno

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    Inferno é considerado unanimemente o membro mais poderoso da Ordem da Rosa Branca e, além de ser o âmago daquela organização, é o líder supremo, pois exerce uma autoridade inquestionável perante os outros. Só passa a ter uma participação ativa na proteção contra a derrubada do último Pilar, portanto, pouco se pode afirmar sobre o mesmo.

    Sua arma de combate é uma espada bastarda, que possui tal nomenclatura por que, do inglês, “hand-and-a-half sword” significa espada de uma mão e meia. Por possuir um tamanho intermediário, não se enquadra nem no grupo de espadas de duas mãos nem no de espadas de uma mão, por isso, essa designação.

    Diferente dos outros membros, Inferno foi o único que não recebeu aquele modelo reduzido de apresentação onde o narrador informa descrições físicas e as cores dos caules do uniforme. Infelizmente, por se tratar de um possível descuido por parte do autor, as informações sobre esse personagem ficaram vagas, em especial, as suas características físicas, já que podemos deduzir, através do 91º capítulo, que Inferno deva controlar os elementos básicos de fogo e trevas para gerar as chamas negras.

 

“(...) Talvez o Inferno não, já que ele é o mais forte...” No capítulo 62, intitulado Contagem Regressiva para Morrer.

“A presença de Inferno era imponente, pois seu poder preenchia a atmosfera e permanecer diante deles era como encarar um dragão.” No capítulo 88, intitulado Plano Ardiloso.

“O líder da ordem gerou uma esfera de chamas totalmente negras na palma da mão direita e a lançou contra William.” No capítulo 91, intitulado Questão de Tempo.

“O controlador das chamas negras então investiu em diagonal, elevando sua espada do chão para o alto.” No capítulo 91, intitulado Questão de Tempo.

 

  • Ent

 

 photo Ent2_zps9f191ac4.png    O homem mais velho da Ordem da Rosa e, paradoxalmente, o que possui maior vitalidade, tanto física como espiritual. Lembra uma versão hiperativa do personagem de Rock Lee, de Masashi Kishimoto, porém, na roupagem de um ancião de sessenta e um anos de idade. Procurou defender a queda do Pilar de Caeth, porém, acabou falhando miseravelmente em sua missão e precisou recuar as pressas com Spectra.

    Diferente de todos os membros da ordem, Ent é o único que não possui armas para combater, afinal, orgulha-se de suas habilidades marciais apesar da idade avantajada. Talvez, não somente sua constituição física de um homem de trinta anos, mas também o produto da união de seus elementos manipulados lhe proporcione um combate que não o faça depender de armas. Por se tratar de um manipulador do elemento água e terra (ostentando no uniforme as cores azul e verde nos caules em evidência) que consegue gerar, a partir da união destas, um controle sobre plantas (algo que já vimos em Naruto, só para constar), é possível que a necessidade de precisar de uma arma para combater seja considerada desnecessária.

 

(...) um homem velho, totalmente careca, também utilizando trajes da ordem. As cores dele eram azul e verde.” No capítulo 45, intitulado Avançando.

(...) Eu posso ter 61 anos de idade, mas ainda estou forte como se tivesse apenas 30.” No capítulo 45, intitulado Avançando.

 

  • Spectra

 

     photo Spectra_zps6906b849.pngApesar da narrativa extremamente limitada – quase que voltada para seu próprio eixo – uma coisa não pode ser negada: Spectra possui uma elegância, proveniente de seu orgulhoso e impetuosidade, que faz dela uma guerreira belíssima. Como só podemos nos guiar na leitura dos acontecimentos pelas falas dos personagens e por algumas raras descrições de ações, a interpretação em cima dos personagens pode acabar sendo essencialmente pessoal, no entanto, acredito não estar fazendo uma leitura tão precipitada acerca dessa personagem.

    Embora tenha sido escalada para proteger o Pilar de Caeth, ao lado de Ent, acabou falhando em sua missão ao ser nocauteada violentamente por Fernand, durante uma sucessão de ataques combinados em grupo. Independente disso, seu desempenho em combate foi invejável, porque, ao tirar da vantagem da névoa, produzida a partir do elemento da água e do vento, que obscurecia a visão dos adversários; ainda possuía uma perícia impressionante com as adagas. Obviamente, diferente de Momochi Zabuza do mangá de Naruto, que usava da névoa para degolar suas vítimas, Spectra invocou suas armas de combate muito tardiamente e, infelizmente, não executou tal estratégia.

 

“Uma belíssima mulher de longos cabelos cinzentos (grisalhos) e encaracolados, sentada sobre uma grande rocha, observava a campina abaixo. (...) Trajava vestes da Ordem da Rosa Branca e tinha caules das cores azul e roxo.” No capítulo 45, intitulado Avançando.

 

  • Eléctron

 

 photo Electron_zps7a447c3f.png    Eléctron possui características de um promissor líder controlador: Cobra exageradamente as ações julgadas inadequadas ou desinteressadas de seus colegas com base em suas próprias atitudes, por sendo o modelo ideal, segundo seu próprio julgamento. É aquele famoso personagem que faz jus ao ditado “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, porque possui uma visão limitada em relação ao coletivo já que se apega a detalhes promíscuos, mas não tem um entendimento macro, ou uma visão sistêmica do grupo por um todo. Tivemos uma amostra disso na reunião da ordem ocorrida no 12º capítulo, quando este, indignado, nota a ausência de Scythe naquele local e o critica precipitadamente.

    Enfim, são essas características que fazem de Eléctron um personagem de conduta rígida, preocupado com o cumprimento de regras e ordens, torturando-se pela menor possibilidade hipotética de falha. Apesar de não ter participado do combate pela defesa do pilar da Cidade dos Mineradores, por ter buscado proteger os civis daquele local do ataque dos Onis (equivalente a demônios na Mitologia Japonesa. Falaremos mais sobre essas criaturas na parte destinada aos Monstros de Chesord), descobrimos que seu poder em forma de eletricidade, pode ser uma variação dos elementos vento e luz, já que seu traje não fora descrito, assim como Inferno. Outro detalhe importante é que Eléctron possui como arma uma lança, que usou com maestria tanto na eliminação dos Onis como contra o Espírito Terreno em forma de Salamandra.

 “Apenas um rapaz loiro e de cabelos rebeldes, com cerca de vinte anos, se manifestou” No capítulo 12, intitulado A Decisão de Yasmin.

Eléctron, um rapaz com aproximadamente a mesma idade de Sol e também loiro, mas com um rosto muito mais severo, exibindo as cores roxa e amarela nos caules de seu traje.” No capítulo 29, intitulado Sem Medo de Lutar.

 

  • Scythe

 

    photo Scythe_zpsb08e43fc.pngUm dos membros mais enigmáticos da Ordem da Rosa, atuando solitariamente no extenso Bosque de Sinelth sem jamais ousar se afastar daquele local habitado por diversas criaturas fantásticas. Se considerarmos que o único membro da ordem que, assim como Scythe, não tinha um companheiro de dupla para lutar, ou seja, Inferno, podemos então ter uma dimensão das habilidades desse personagem isolado.

    Assim como outros personagens da ordem, também não fomos informados sobre as cores dos caules presentes no uniforme de Scythe, entretanto, existem alguns fanarts de “Roses And Demons” onde são destacas as cores verdes (elemento terra) e pretas (elemento trevas) em seu uniforme. Por possuir um estilo de combate – que lembra muito o personagem Albáfica de “The Lost Canvas”, por colocar outros em risco – que atinge diretamente a energia vital das vítimas, como ela mesma explica: “Estive minando suas forças antes mesmo de me revelar”, podemos concluir que esse seja o maior motivo dessa integrante da ordem combater sozinha. Apesar de possuir outras habilidades, uma coisa ficou evidente: ela é especializada no combate com sua foice, inclusive, maneja-a com tanta perícia e precisão que se faz parecer uma verdadeira ceifadora. Apesar de possuir tantos tributos, foi derrotada pelos poderes extraordinários de Draconis.

    Apesar da participação extremamente objetiva, houve uma ausência muito grande de animalidade na composição da personagem, que ficou evidente em sua breve luta. Scythe vivia em uma região – Bosque de Sinelth – que, em teoria, é muito mais violento e restrito que a Floresta de Everdread, local residido por Kenoh, logo, deveria esta ser completamente violenta e introspectiva em relação ao tratamento de pessoas, justamente por não ter convívio devido sua habilidade mortal. Embora essas considerações sejam pertinentes para termos um compreendimento maior acerca da história, e por estarem diretamente ligadas ao roteiro, nota-se que havia muito mais “civilidade” na garota do exílio do que no irmão de Agas, portanto, percebe-se um pequeno deslize por parte do autor na construção psicológica e comportamental de Scythe

 

“Aparentava ser uma pessoa baixa e magra, vestindo um uniforme surrado, sujo e rasgado da Ordem da Rosa Branca. Porém, diferente das roupas dos outros membros da ordem, aquele sobretudo possuía um capuz que cobria parte do rosto. Além disso, luvas da mesma cor que o uniforme cobriam as mãos do indivíduo misterioso e este segurava uma comprida foice com sua mão esquerda.” No capítulo 60, intitulado Scythe.

Para o espanto geral, tratava-se de uma garota de cabelos cinzentos, quase brancos” No capítulo 61, intitulado Como um toque da própria morte.

 

  • Aurora

 

 photo Aurora3_zps6d269cec.png    Falar que Aurora é o membro mais compassivo da ordem não seria uma afirmação precipitada, aliás, a construção da personagem por um todo deixa evidente suas qualidades de uma mulher extremamente equilibrada e controlada. Seria uma versão aperfeiçoada da Hinata de Naruto Shippuuden, entretanto, diferente desta, Aurora possui muito mais pró-atividade e, num aspecto geral, mais independência estratégica em termos táticos, afinal, conseguiu manter um confronto indireto, na defensiva, e sem grandes dificuldades para estabelecer uma sintonia vantajosa de combate. Embora também combata sobressaindo sua defesa, dificilmente a Hyuga teria predisposição para combater uma quantidade excessiva de adversários sem depender de suporte, coisa que a integrante da ordem não demonstrou necessitar até determinada altura da batalha.

    Sua participação na proteção do pilar da Cidade dos Mineradores não foi diferente da participação do primeiro membro da ordem a lutar, Sol, já que seu parceiro precisou abandonar sua missão primordial em prol de uma emergência; logo, precisou combater solitariamente a equipe de William. Em seu combate vimos o produto de seus poderes (água, representado pela cor azul, e luz, representado pela cor amarela do ramo do uniforme) podiam gerar o estado sólido da água, como se fosse uma sublimação inversa, afinal, o estado sólido surgia para proteger a manipuladora de acordo com os imprevistos da batalha. Outra variante são os prismas luminosos que ficaram iluminando a caverna que se localizava o pilar, e, sem maior destaque, sua arma de combate, um bastão de gelo, que só serviu para estilhaçar as barreiras e, com o impacto, fazer os estilhaços acertarem os inimigos.

    Apesar de não possuir muita perícia no manejo do bastão de gelo – que, segundo o Boneco de Neve, pode não ser especificamente a arma especial de Aurora, mas sim, uma manipulação de seus poderes – a garota ainda possui outra vertente resultante de sua própria capacidade de manipular a Água e a Luz: uma malha luminosa, que lembra o fenômeno da aurora polar (tendo a garota como cerne), que a possibilita ocultar sua movimentação. Precisamente, encontramos na singularidade de Aurora uma adversária eficaz, perspicaz e furtiva no uso de suas habilidades, fazendo dessa afável integrante da ordem uma guerreira implacável.

 

 “(...) uma garota de pouca idade, com cabelos longos e brancos como a neve, se fez notar” No Capítulo 12, intitulado A Decisão de Yasmin.

(...) Aurora, uma menina baixa e de pouco idade, com algumas tranças em seu longo cabelo alvo. As cores dos caules dela eram azul e amarela.” No capítulo 29, intitulado Sem Medo de Lutar.

 

  • Carbon (Vincent Blacdow)

 

 photo Carbon_zpsce8d2c64.png    Esse foi um dos membros da ordem que teve seu verdadeiro nome revelado – Vicent -, durante sua conversa com Yasmin Pyrath em uma espécie de pousada no 73º capítulo. Demonstrou não ser um completo manipulado ao demonstrar conhecimento daquele que estava por trás de toda a grande farsa de Chesord, entretanto, diferente de Vortex, Carbon não ousaria se rebelar por não ter condições de enfrentá-lo, ou seja, teríamos aqui um personagem paradoxalmente enigmático por causa do cumprimento do seu papel como integrante da “ordem”, que não estaria, de fato, mantendo uma ordem, mas ajudando a manter uma ditadura. Infelizmente, nesse primeiro arco, se é que nos próximos será trabalhado esse tema, não tivemos a oportunidade de ver uma espécie de conflito interno do personagem, como uma crise de identidade para com essa situação, enfim, foi algo que ficou devendo nesse primeiro momento. Aliás, talvez seja esse um dos pontos positivos de Roses And Demons, afinal, não há personagens inteiramente bons e maus, as decisões são arbitrárias, o que deixa mais realista as ações no geral. Portanto, mesmo um integrante de um grupo que luta para manter a ordem de uma nação, que está sendo controlada por um tirano, ainda assim, pode omitir o conhecimento desse detalhe, não compactuar inteiramente com as ações do ditador obscuro, mas, seguir ignorando essa existência em troca de sua própria segurança.

    Foi o primeiro personagem a ostentar um vício – fumo – nesse primeiro arco de “Roots of Rebellion”, mas esse detalhe é mais em nível de curiosidade, antes uma composição estética do que qualquer outro fator. O fato de fumar e, consecutivamente, conseguir gerar fumaça a partir da união dos seus elementos base, fogo e vento, não faz dele um personagem baseado no Asuma de Masashi Kishimoto, embora a ligação seja possível, existem algumas peculiaridades que deixam equidistantes os personagens. Entretanto, tenho uma leitura pessoal em cima desse vício: o ato de fumar se daria justamente pela não possibilidade de mudança, ou solução daquela realidade sombria, o que deixaria Carbon psicologicamente ansioso, numa espécie de aflição existencial, que só poderia ser resolvida (ou repudiada) através de um vício.

    Em termos de combate, não vimos uma grande diferença das técnicas usadas por Carbon de outros membros como a Spectra, por exemplo, pois sua grande vantagem estaria justamente no bloqueio do sentido da visão através da fumaça gerada a partir da união do elemento vento e fogo. Obviamente, que o gás carbono seria muito mais prejudicial que a névoa de Spectra, que não afetava a respiração aturdindo os sentidos, contudo, a dissipação da fumaça por William acabou fazendo do grande desafio dessa técnica algo completamente irrelevante. Apesar disso, de todos os membros da ordem, Carbon possui uma afinidade muito grande com sua arma de combate: uma pequena besta de repetição construída de forma a disparar um dardo por vez, mas que possuía diversos dentro de um cartucho. E, considerando que foi um dos poucos integrantes da ordem que usava não somente o produto de suas manipulações, mas, também, buscava usar como recurso o poder dos elementos bases, acabamos, por fim, percebendo em Carbon um potencial de combate extremamente singular em relação aos outros.

 

 “Um deles era um homem de cabelos curtos e negros, cujos caules da roupa tinham as cores vermelha e roxa.” No capítulo 14, intitulado Teste.

“(...) foi um homem de cabelos negros e curtos, vestindo com trajes da Rosa Branca cujos caules eram das cores roxa e vermelha.” – No capítulo 73, intitulado Yasmin e Vicent.

 

  • Viper (Priscilla)

 

  photo Viper_zps60f623c8.png   Foi designada a proteger um dos pilares ao lado de Carbon, entretanto, não foi descrito onde, exatamente, estava esse monumento. A única descrição que tivemos foi que ficava a cerca de um dia e meio de caminhada da estalagem que o grupo parou para pousar, ou seja, após o arco do Pilar de Releav ficamos carentes de uma noção geográfica que nos instruísse onde pudessem estar.

    Enfim, talvez Viper seja a personagem com a proposta mais interessante dos integrantes da Ordem, afinal, diferente da variação gerada pela união das manipulações de seus colegas, que não lhes causa risco algum, Viper é diariamente vítima da sua própria condição de toxicologista natural. Sim, o poder de Viper, gerado a partir da união do elemento água com o elemento trevas, permite a ela criar uma toxina tão poderosa que pode matar seu adversário só de encostar-se à pele, pois a química penetra pelos poros. Contudo, paradoxalmente, esse poder tem seus ônus: a química é tão poderosa que corrói o corpo da usuária gradativamente, até, leva-la a morte. Viper possui consciência disso e, surpreendentemente, talvez seja exatamente essa a graça dessa personagem: Com o mesmo complexo de Kárdia de Escorpião, de Shiori Teshirogi, Viper também tem meta viver sua vida com intensidade para aproveitar ao máximo.

    A arma de combate de Viper é uma cimitarra, uma espada de lâmina curva mais larga na extremidade, com gume no lado convexo. Não demonstrou ter tanta afinidade de combate com sua cimitarra como Scythe tem com sua gadanha ou Spectra com suas adagas, contudo, isso não desmerece sua performance tática.

 

“(...) O outro membro tratava-se de uma mulher de cabelos verde-esmeralda, também curtos, e cujos caules possuíam as cores azul e preta.” No capítulo 14, intitulado Teste.

 

  • Vulcano

 

 photo Vulcano_zpsf5251a00.png    Peço a permissão para deixar a imparcialidade na descrição dos dois próximos personagens, afinal, eles fazem parte da primeira dupla da ordem a combater e, consecutivamente, a dupla que contém o personagem que eu mais gostei – Vulcano - e o que eu mais abomino - Sol. Não sei o porquê, mas existe algo de enigmático e nebuloso envolvendo o membro mais jovem da ordem que me fez pegar uma grande simpatia. Sim, Vulcano é o membro mais jovem daquela organização, tinha cerca de treze anos e possuía cabelos castanhos num tom avermelhado. Contudo, não foram as questões estéticas acerca do garoto que me despertaram interesse por ele, mas sim, sua personalidade ímpar, que contrasta com o seu companheiro arrogante.

    Embora não tenha lutado na defesa do pilar da cidade de Siral, ao lado de Sol, ele conseguiu chamar atenção por sua introspecção, o que não chega a ser uma solidão no nível de Scythe, porém, há um notável distanciamento dele para com o todo, algo que o envolve para seu próprio eixo. Outra coisa que chamou a atenção foi seu senso de responsabilidade para com seu próprio dever de integrante da ordem, contudo, percebe-se um visível sufocamento, uma espécie de fardo no desempenho de seu próprio dever, mas que deve ser atribuído por outros fatores, muito mais internos, do que por um pensamento precipitado de vagabundagem. Aliás, numa leitura rápida de Vulcano, podemos confundi-lo com o personagem Shikamaru Nara, de Masashi Kishimoto¸ por sua participação na defesa do último pilar, quando este queria evitar o confronto com Karin por não achar justo. No entanto, não devemos nos esquecer de sua iniciativa em desvendar o desaparecimento do filho de uma civil, então, uma leitura desprovida de cuidado abriria margem para uma visão distorcida do menino, que não possui os mesmos impulsos e atributos do gênio do Shogi da série de Naruto.

    Durante a defesa do décimo pilar Vulcano invocou uma rapieira, uma espada comprida e estreita, muito usada a arte da esgrima, e demonstrou muita habilidade na manipulação individual dos elementos Fogo e Terra e, maior ainda, na rápida mudança para magma, a fusão dos dois elementos, em sua luta. Não tivemos uma oportunidade para avaliar melhor seu desempenho em esgrima, porque sua adversária possuía uma defesa conveniente demais para que valesse a pena o esforço do combate.   

 

“Um deles, de baixa estatura, cabelos castanhos levemente avermelhados e cerca de treze anos, possuía as cores vermelho e verde em suas vestes.” No capítulo 24, intitulado Preparação.

 

  • Sol

 

 photo Sol_zps65a8d2a4.png    Pensem numa pessoa narcisista, extremamente desagradável por sua arrogância e imperiosidade, e que sofre de um complexo de deus, eis o Sol, o integrante mais orgulhoso da Ordem da Rosa Branca e, talvez, de Roses And Demons. É capaz de fazer frente com William, que é outro insuportável, mas, considerando a pequena participação de Sol em relação ao manipulador do vento, devemos atribuir a ele, merecidamente, o troféu do mais orgulhoso e insuportável personagem que já pintou em Chesord.

    Sol foi o primeiro integrante da elite a lutar contra os protagonistas, atuando na defesa do pilar da cidade de Siral, e, obviamente, o primeiro de todos a mostrar o porquê de ser um dos membros dessa Ordem.  Assim como todos os outros, Sol manipula dois elementos bases, no caso, as Chamas e a Luz e, da fusão dessas energias, gera o que ele chama de “estrelas”, esferas explosivas com grande poder de destruição. Certamente, uma coisa é inquestionável, esse é um dos mais fortes guerreiros, afinal, foram necessárias diversas provocações para que este perdesse completamente sua atenção e esquecesse sua responsabilidade, entretanto, Sol sofreu unicamente uma derrota psicológica – o quê para ele já significava algo abominável, devido ao seu ego inflamado -, mas não uma na íntegra, pois seus adversários fugiram sem que este pudesse se vingar.

     Possui como arma de combate um mangual medieval, uma bola de metal com saliências pontudas presa a uma haste por uma corrente. Certamente, essa é uma arma perfeita para esse guerreiro, pois, de uma maneira engenhosa, como a vez que usou para esquiva do golpe de machado envolvendo a corrente do seu mangual a um poste, ele demonstrou uma perícia invejável no manejo dessa arma.

 

“(...) O outro, de cabelos loiros radiantes e uma beleza ímpar, aparentando ter pouco mais de vinte anos, possuía as cores vermelho e amarelo.” No capítulo 24, intitulado Preparação.

 

  • Quartzo (Roger Pyrath)

 

 photo Quartzo_zps4061da4d.png    E encerraremos a apresentação dos membros da Ordem da Rosa Branca com Quartzo, o irmão mais velho de Yasmin: Roger Pyrath. Indiscutivelmente, sua proposta é a mesma de Sesshoumaru, o irmão mais velho de Inuyasha, da obra de Humiko Takahashi; devido ao seu desejo obsessivo pela Draconis, a espada legendária da família, a imagem de Quartzo acabou se resumindo à de um homem frustrado, amargo e invejoso, pois idealizou e cristalizou sua imagem de guerreiro ideal ostentando aquela arma, da qual nunca herdaria.

    Conforme comentei anteriormente, em Roses And Demons é extremamente relativo à questão do bem e do mal para os personagens, uma vez que seu comportamento depende do ponto de vista e, também, da ocasião, o contexto, em que estão inseridos. Por exemplo, Quartzo é um dos integrantes da elite da Rosa, que tem o dever de lutar para manter a paz em Chesord, contudo, isso não o impediu de matar Kenoh só para obter algo que não lhe pertencia por direito. Aliás, é inegável a presença esmagadora da obra de Humiko Takahashi nesse contexto, afinal, são tão evidentes as citações que beiramos ao clichê, infelizmente.

    Em termos estratégicos e de independência bélica, Quartzo não fica devendo para nenhum dos outros membros da Ordem da Rosa, pois possui uma habilidade proveniente da fusão dos seus elementos bases capaz de permitir-lhe lutar mesmo contra uma quantidade exorbitante de adversários, sem demonstrar problemas: A variação da Luz e da Terra convertida em Cristais, por isso a titulação “quartzo”. Gerando verdadeiras paredes, blocos cristalizados, Quartzo pode aproveitar essas técnicas tanto para a defesa, como para o ataque, isso quando não consegue unir essas duas ao mesmo tempo. Vimos algumas maneiras de aproveitamento dessa habilidade durante a luta pela proteção do Pilar de Releav, onde o manipular ergueu do solo verdadeiros obeliscos de cristais, que demarcavam a área em torno do adversário e disparavam de sua superfície diversas estacas forçando, assim, o oponente a entrar numa posição defensiva perante o guerreiro da ordem.

    E, para aproveitar essa habilidade ao máximo, a arma de Quartzo é justamente um Martelo Atroz, que pode ser usado tanto para atacar os oponentes como, também, para destruir os cristais e fazer os estilhaços ferirem gravemente os adversários. Apesar da proposta desse personagem ter sido superficial, devemos considerar que, pelo menos em termos táticos, ele cumpre a proposta.

 

“As cores dos caules de Quartzo eram amarelo e verde, mas o detalhe que mais chamava a atenção era a máscara de cristal que cobria o rosto dele, deixando à mostra mais além das orelhas e do cabelo curto e castanho.” No capítulo 35, intitulado Visitante Misterioso.